terça-feira, 17 de junho de 2014

[Resenha] Divergente, da Verônica Roth - e impressões sobre o filme


Confesso que não sou daquelas hiper fãs de distopias. Tinha já lido Jogos Vorazes e também a trilogia A Seleção,essa última tem resenha aqui no blog (clique aqui para ler). Ah, uma coisa importante à ressaltar, li esse livro há um tempo, na verdade uma semana antes do lançamento no cinema.

A escrita da Verônica Roth é leve e rápida e apesar do livro ter 500 páginas, ele pode ser lido em um dia - claro que um dia que você está com muito tempo livre. O que quero dizer, é que ele não cansa, na verdade, você não quer largar, sempre tem algo acontecendo. Movimento é uma boa palavra para definir esse livro. A história está sempre se movimentando, não para, não possui aqueles momentos de pura calmaria e tédio.

A primeira coisa que tenho que deixar claro, eu realmente gostei do livro. E só não li o restante da saga porque estava esperando comprar o livro 3 (Convergente) e então fazer uma mini maratona com o restante da coleção. Do dia que li Divergente, até hoje, já tenho Convergente [eba!] então podem esperar que nas próximas semanas as resenhas do restante dessa coleção vai sair.  Juro!

Os personagens de Divergente tem personalidades consistentes, o que para mim é essencial. Detesto ler um livro em que os personagens mudam de personalidade de acordo com a situação. Acho isso um sinal de "pobreza" de imaginação do autor. Outro ponto positivo é a realidade desenvolvida. Foi bem original pensar em um mundo dividido pelas características predominantes na personalidade. Para quem não sabe, em Divergente, a cidade onde é ambientada a história se divide em 5 facções: a Abnegação, a Amizade, a Audácia, a Franqueza e a Erudição. Quando os jovens completam 16 anos eles são submetidos a um teste de aptidão e escolhem a qual grupo irão pertencer. Acho que eu ficaria dividida entre a Erudição e a Amizade, sei lá, ainda bem que não preciso escolher.

A personagem principal do livro, Beatrice, tem 16 anos e é da Abnegação, por isso sempre levou uma vida bem humilde, simples. A vida toda ela foi educada para ser altruísta, mas sua personalidade faz ela achar complicado agir dessa forma. Em seu teste de aptidão, os resultados são inconclusivos, e ela descobre que é uma divergente, e que isso não é uma coisa boa naquele mundo. Apesar de ser mandada nunca revelar que é uma divergente, esconder essa verdade, ninguém explica ao certo o porquê. Na hora de escolher sua facção, ela se decide pela Audácia.

Na Audácia, ela escolhe um novo nome, Tris, e descobre que terá de lutar bastante no treinamento para continuar nessa facção, pois se não conseguir ficar no topo da disputa ela corre o risco de virar uma sem facção - uma espécie de sem teto naquele mundo. O treinamento é duro e ela começa a encarar adversários nem sempre tão leais ou honestos.

Uma coisa eu não esperava. Gostar tanto dessa protagonista. Fico cheia de personagens principais que tem até uma visão de humanidade, de certo e errado, mas volta e meia fica com muito mimimi ou é certinha demais, 'porãm' ninguém na vida real é assim. Temos defeitos e qualidades. A Tris é normal, tipo, gente como a gente, e ela é forte, ágil e constante. Luta muito e não desiste. Não é melosa, melodramática, nem com mania de perseguição. Acho que a frase dela seria assim: Keep calm, work hard and stop the mimimi. Bem Tris.

Mas ainda assim temos romance. E o par romântico é bem certo para ela. Forte. Badboy, tipo trouble for the first time. Apaixonante. Com uma história forte, Quatro, como ele é conhecido, vai ajudar muito a Tris nesse seu caminho. O que mais gostei no casal? Bem, eles não são melosinhos, love you, blablabla. Você vê a identificação dos dois, acredita, mas eles se mantêm totalmente comprometidos com a personalidade deles e não se transformam em duas amebas amorosas. Gosto de romance, e muito, mas me irrita quando há romance demais quando o foco é outro. Estou em uma distopia, não num romance água com açúcar.

O que achei bem legal, é que eu consegui entender até mesmo os personagens secundários, até os que odiei. Eles são bem desenvolvidos, definidos. Alguns são realmente desprezíveis, mas mesmo sem se aprofundar muito dá para você perceber o porquê eles chegaram lá. Há algo psicológico, político e até mesmo filosófico na construção de toda a história. Claro que em uma escala pequena, afinal é um livro infanto-juvenil. Mas é legal ver uma construção que nos leva a pensar em nós mesmo e no nosso próprio mundo. Questionar, acho que essa é a palavra. E é louvável quando mesmo que despretensiosamente um livro dessa categoria consiga fazer isso. É entretenimento, mas não quer dizer que não possa nos fazer pensar.   

Bom acho que é isso né? Se falar escrever demais conto todo o livro. Acho que se você é muito fã de distopias não tem como não ler essa. Ainda não sei se gostarei dessa saga mais do que de Jogos Vorazes, só vou saber quando terminar de ler toda ela, mas ela é bastante boa. Mesmo. Há legião de fãs que adoram de morrer essa saga, e tá explicado. 


Impressões sobre o filme

  

Assisti sozinha ao filme [ok, isso não é relevante]. Estava querendo ver logo o filme pois tinha acabado de ler o livro e estava tudo bem fresquinho na minha cabeça para fazer as comparações. E me impressionei, apesar das mudanças, gostei do filme. Ainda acho o livro melhor, mas o filme também é bom. 

A escolha dos atores foi bem feita. Alias, foi uma grata surpresa ver a Maggie Q (ela é a tatuadora que fez o teste de aptidão na Beatrice) de quem sou super fã desde que assisti a série Nikita - ela faz o papel principal nessa série brilhante, maravilhosa, que recomendo todos a vocês verem. Já o Quatro (Theo James) vi depois que ele fez um episódio de Downton Abbey, a linda série britânica de época, super recomendada também. E a Beatrice (Shailene Woodley) conhecia de uma série teen bem fofa e dramática chamada The Secret Life of American Teenager que é bem legalzinha também, apesar de eu mesma ter abandonado por achar que com o tempo ela ficou meio chatinha. Mas se quer uma série bem inocente e levinha, pode ir com fé, e ela faz o papel principal da série também. Mas a grande maioria não conhece a Shailene dessa série, e sim pelos filmes que ela fez como 'A Culpa é das Estrelas' e 'The Spetacular Now' (já assisti esse último e é uma fofura só, vale a pena conferir). É a nova queridinha do cinema americano.

Mas vou parar de falar da vida dos atores e focar no filme. Divergente não é fiel ao livro. Confesso que as das modificações durante a trama não me incomodaram tanto quanto a modificação do final. Durante o correr do filme foram feitas mudanças, mas nada tão bizarro. O final foi bem modificado, mas entendo o porquê. Era preciso mudar o final. Para não deixar o filme sem sentido se a franquia não descolasse e depois não houvesse uma continuação. Não vou discorrer mais porque acho desnecessário, mas se quiser minha opinião: veja o filme. Vale a pena. 

 
Acho que é isso, e aí, já leram esse livro e viram o filme. Deixem suas impressões e opiniões nos comentários. 
Beijão,
Sha.

2 comentários:

  1. Eu ainda não li nem assisti Divergente, mas tenho vontade, afinal, é tão bem falado que chego a me sentir estranha por não ter lido ainda kkkk Um dia eu irei ler, não tenho pressa em ler só porque está no auge e tals, irei ler quando tiver oportunidade e pronto u.u
    Quanto a sua resenha, eu adorei, ficou ótima e bem compridinha, vejo que você é parecida comigo, gosta de falar bastante sobre o livro kkkk
    Enfim, parabéns pela resenha *-*

    Beijos :*
    Larissa - Srta. Bookaholic

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Larissa, não deixe de ler, bem legal. Mas sem pressa. Livro não tem data de validade, então leia quando estiver no clima.
      Quanto a resenha grandinha, sou assim mesmo. Falo demais e também escrevo demais (em quantidade, qualidade, bem, nem sei, espero que tb rsrs). Mas sou assim em resenhas, contos, crônicas e até mesmo nas mensagens de texto, não consigo falar/escrever pouco.
      beijão, e brigadinha pela visita,
      Sha.

      Excluir